O que é ser cristão no mundo, hoje? Parece-nos que esta pergunta não tem sido bem respondida pelos pastores com seus sermões. Nossa pesquisa junto aos membros das Igrejas Batistas da região de Campinas aponta que há diversos temas atuais que nunca são abordados por quase a totalidade dos pregadores, embora seus ouvintes vivam num mundo perturbado por tais questões. O mais grave disso é que nossa pesquisa junto aos pastores aponta que boa parte deles nem sequer busca conhecer ou atualizar-se acerca destas questões cruciais e atuais.
A necessidade de a Igreja adaptar-se ao contexto social é reconhecida por Merval Rosa. Para ele na falta desta capacidade está a razão para que a nossa pregação quase sempre se dirija a problemas apenas em termos genéricos. Para ele, damos margem àqueles que nos acusam de pregarmos “uma espécie de alienação”.
Merval Rosa conclui que a pregação é o principal meio para transmitir ao homem códigos que lhe possibilitem ser “sal e luz para a Terra”. Da forma como a pregação é feita hoje, onde o indivíduo ouve que deve tornar-se agente de transformação na sociedade, mas deixa de receber os instrumentos para esta ação, a crise de identidade tende a perpetuar-se.
O indivíduo convertido por nossa pregação fica quase sempre fechado e protegido dentro da comunidade evangélica numa espécie de marginalização social. (...)
Em grande número de casos é difícil encontrar a relação entre aquilo em que nós cremos e nosso comportamento na vida cotidiana. Será que um pregador do Evangelho do período apostólico reconheceria nossa pregação? Ao entrar hoje em nossas igrejas para ouvir nossos pregadores o que pensariam que estão querendo dizer? Será que o protestantismo do Brasil se identifica com a fé Bíblica e com o Espírito da Reforma ou está se tornando cada vez mais um moralismo que enaltece a capacidade de auto-redenção do homem? Estamos produzindo cristãos que sejam novas criaturas, sal da terra e luz do mundo, força dinâmica de transformação ou meros conformistas a um legalismo asfixiante e a um moralismo castrante?
Interessante notar que Merval Rosa atribui a culpa pelo Cristianismo desfigurado dos nossos dias ao tipo de pregação que se pratica em nossas Igrejas. Atentando para suas ponderações podemos concluir que o resultado deste tipo de pregação geradora de crise produz não discípulos de Cristo, mas fariseus modernos.
Por Pastor Paulo Petrizi - Campinas - São Paulo - Brasil
Uma Igreja sem identidade é uma Igreja que não consegue identificar sua origem, sua missão, suas raízes, seus fundamentos. Uma Igreja fragilizada, construída sobre a areia. É triste, mas é essa a nossa realidade.
ResponderExcluirMas creio que a verdadeira Igreja, que está além das Instituições, despertará e voltará aos seus princípios. Princípios que não são religiosos, nem estão baseados num legalismo barato ou numa interpretação letrista ou liberalista das Escrituras. Mas na Rocha eterna, que é o fundamento de nossa fé e a esperança da Glória.
Verdade Izaias, a Palavra de Deus nos revela um evangelho puro sem interesses pessoais ou denominacionais. Como Igreja devemos prosseguir incessantemente para o alvo, Cristo o autor e consumador da nossa fé.
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