segunda-feira, 30 de maio de 2011

Como distinguir o verdadeiro do falso pentecostalismo?

Ao elaborar um estudo essa pergunta remoeu por alguns momentos meus pensamentos. Afinal como fazer essa separação? Muito se fala de pentecostalismo, entretanto muitos ainda não conseguem entender o significado disso na vida de um cristão.
A Bíblia nos relata que no dia de Pentecostes, 50 dias após a ascensão do Senhor Jesus, o Espírito Santo veio sobre todos que estavam reunidos naquele lugar e depois desse momento a Igreja nunca mais veio a ser a mesma.
A promessa de derramamento do Espírito alcançou a todos os sedentos e desde então a ação renovadora e transformadora do Espírito estremeceu a Igreja, e de certo ainda deveria estremecer pois Ele não perdeu sua essência.
Quando eu era adolescente aprendi que ser cristão significa ser Cristo pequeno. Cresci entendendo que ele fazia parte da minha, pois seu Espírito habitava em mim. Ter a presença do Espírito era ser pentecostal.
Hoje ouço falar de uma pentecostalismo que despreza a soberania da Palavra, que não visa o conserto e renúncia o arrependimento. Que gera uma igreja sem raízes, sem vida, sem frutos.
Só seremos pentecostais se permitirmos que o Espírito continue a mover nossas vidas. Se você ainda aguarda o som de um avivamento, provavelmente os seus ouvidos ainda estão cerrados ou você não consegue entender o significado disso, quem tem ouvidos ouça!!!. O Espírito já fala.
Se a peça já foi escrita e as cortinas já foram abertas não temos mais o que esperar, a Palavra já foi lançada. Sem muitos gritos ou alardes, sem tambores ou buzinas, simplesmente permitindo que o Espírito desempenhe as funções que lhes foram confiadas: convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo, alcançando corações através da singeleza de Sua Palavra
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segunda-feira, 16 de maio de 2011

PROFETAS CALADOS

"Os profetas de Israel, que profetizam acerca de Jerusalém, e veem para ela visão de paz, não havendo paz, diz o Senhor DEUS. (Ez 13:16)
...
E vós me profanastes entre o meu povo, por punhados de cevada, e por pedaços de pão, para matardes as almas que não haviam de morrer, e para guardardes em vida as almas que não haviam de viver, mentindo assim ao meu povo que escuta a mentira?" (Ez 13:19)



Quando Jesus ensinava o povo, interessava a Ele saciar a todos os que tivessem fome e sede justiça, independente de classe ou hierarquia. Hoje, a Palavra permanece, o Evangelho não perdeu sua autenticidade, entretanto muitos ministros enveredaram por ensinamentos contrários àqueles que Cristo nos anuncia. Mais se fala de resgatar almas para o ministério do que resgatá-las para Cristo. Travou-se uma corrida entre denominações, onde o pódio é o púlpito e o troféu são nossas ovelhas. À medida que a Igreja cresce se desvincula de Deus e dos seus ensinamentos, restando apenas nos púlpitos discursos de paz, prosperidade e ensinamentos que mais alimentam o ego de nossa alma do que nos levam ao arrependimento. Homens que tentam encobrir o lume da Palavra, que fecham os olhos para os tropeços e para o pecado por conveniência para não verem seus ministérios ruírem, não por temerem a potente mão de Deus, mas por temerem represálias da sociedade.

"Portanto assim diz o Senhor DEUS: Eis aí vou eu contra as vossas almofadas, com que vós ali caçais as almas fazendo-as voar, e as arrancarei de vossos braços, e soltarei as almas, sim, as almas que vós caçais fazendo-as voar.
E rasgarei os vossos véus, e livrarei o meu povo das vossas mãos, e nunca mais estará em vossas mãos para ser caçado; e sabereis que eu sou o SENHOR." (Ez 13:20-21)

Ainda quero ouvir o Senhor falar através dos profetas.
Ainda quero olhar nas praças, nas igrejas, nos púlpitos um povo que resplandece a Tua glória.
Quero ainda ser atraída a Tua presença quando ouvir um louvor.
Ainda quero reconhecer o meu pecado quando em amor for exortada por tua palavra.
Ainda quero derramar a minha alma perante o Senhor quando entrar na tua casa.
Quero contemplar em meio à simplicidade a ação do Teu Espírito.


 Ah Senhor, levanta em meio ao profano uma geração inconformada com este século, uma geração que jamais poderá ser confundida por que tem Tua marca. Levanta uma juventude sedenta por Tua palavra, que ama a Tua casa, que exale o Teu bom perfume. Uma geração atenta ao som da Tua voz, que reconheça os Teus sinais, que viva a Tua Palavra.
Ah Senhor, liberta minha alma, faz com que meus lábios denunciem a grandeza do Teu amor, que haja autenticidade em minhas palavras, que haja vida em meus discursos, que meus pés anunciem a Tua Paz. Conserva o meu coração puro nos dias maus, que dia a após dia meu coração busque o Teu, que alcance sabedoria, que atraia a Tua Glória.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A CRISE DE IDENTIDADE DA IGREJA I



O que é ser cristão no mundo, hoje? Parece-nos que esta pergunta não tem sido bem respondida pelos pastores com seus sermões. Nossa pesquisa junto aos membros das Igrejas Batistas da região de Campinas aponta que há diversos temas atuais que nunca são abordados por quase a totalidade dos pregadores, embora seus ouvintes vivam num mundo perturbado por tais questões. O mais grave disso é que nossa pesquisa junto aos pastores aponta que boa parte deles nem sequer busca conhecer ou atualizar-se acerca destas questões cruciais e atuais.

A necessidade de a Igreja adaptar-se ao contexto social é reconhecida por Merval Rosa. Para ele na falta desta capacidade está a razão para que a nossa pregação quase sempre se dirija a problemas apenas em termos genéricos. Para ele, damos margem àqueles que nos acusam de pregarmos “uma espécie de alienação”.

Merval Rosa conclui que a pregação é o principal meio para transmitir ao homem códigos que lhe possibilitem ser “sal e luz para a Terra”. Da forma como a pregação é feita hoje, onde o indivíduo ouve que deve tornar-se agente de transformação na sociedade, mas deixa de receber os instrumentos para esta ação, a crise de identidade tende a perpetuar-se.

O indivíduo convertido por nossa pregação fica quase sempre fechado e protegido dentro da comunidade evangélica numa espécie de marginalização social. (...)

Em grande número de casos é difícil encontrar a relação entre aquilo em que nós cremos e nosso comportamento na vida cotidiana. Será que um pregador do Evangelho do período apostólico reconheceria nossa pregação? Ao entrar hoje em nossas igrejas para ouvir nossos pregadores o que pensariam que estão querendo dizer? Será que o protestantismo do Brasil se identifica com a fé Bíblica e com o Espírito da Reforma ou está se tornando cada vez mais um moralismo que enaltece a capacidade de auto-redenção do homem? Estamos produzindo cristãos que sejam novas criaturas, sal da terra e luz do mundo, força dinâmica de transformação ou meros conformistas a um legalismo asfixiante e a um moralismo castrante?

Interessante notar que Merval Rosa atribui a culpa pelo Cristianismo desfigurado dos nossos dias ao tipo de pregação que se pratica em nossas Igrejas. Atentando para suas ponderações podemos concluir que o resultado deste tipo de pregação geradora de crise produz não discípulos de Cristo, mas fariseus modernos.

Por Pastor Paulo Petrizi - Campinas - São Paulo - Brasil